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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Paraquedas


Páraquedas?!

Eu não sabia há quanto tempo eu estava naquele avião. Eu simplesmente estava ali,Feliz com uma viagem para Paris.
 Simplesmente eu não tinha noção de tempo, mas algumas coisas foram perceptíveis.
 Primeiro o piloto chamou todos os comissários a bordo para cabine do piloto. Pouco tempo depois todos os comissários tinham um paraquedas e ofereciam a todos.
 Foi a única coisa que reparei. Para que um paraquedas em Paris?
Bem, foi muito estranho tudo isso, mas me concentrei em passar o tempo da viagem distraída. Afinal Paris me esperava. Como seria a torre Eiffel?
  Eu nem acredito, ganhar uma bolsa de estudos em Paris seria o sonho de vários jovens e eu tinha sido escolhida.
  Eram tantos planos que eu simplesmente nem reparava mais nos paraquedas, até que veio um comissário falar comigo.
- Boa noite senhorita! – me cumprimentou
- Boa noite. -respondi educadamente.
- Você gostaria de um paraquedas?
- Hãm.Desculpa eu não tenho interesse.
- Ok! Caso você mude de ideia é só chamar algum comissário.
- Obrigada.
Depois dessa conversa, voltei novamente para os meus sonhos em Paris. E novamente tive a ilusão que eu não iria ser incomoda por essa estória de paraquedas.
 Pouco tempo depois que eu recusei o paraquedas, fui ao banheiro. Enquanto eu estava indo em direção ao banheiro, percebi que havia algumas pessoas com paraquedas. O que elas tinham na cabeça?
 Até que ouvi um diálogo interessante:
- Você tem certeza  isso vai acontecer? – perguntou um passageiro a comissária.
- Não a duvidas senhor – respondeu ela educadamente.
- É lógico que eu vou querer um paraquedas! Não só para mim, mas para toda minha família.
 A expressão daquele homem me assustou, ele pareceu muito preocupado. O teria dito a comissária? Que o avião ia cair, por acaso?
  Eu ri por dentro. Mas tive uma enorme curiosidade.
Olhei para as duas meninas ao lado do homem, devia ser a família dele.
Voltei do banheiro e outra conversa estranha.
- Mano, por que você está usando esse paraquedas? Você está ridículo, todo mundo que passa olha para você! – exclamou um rapaz sentado na janela ali na mesma fileira que a minha.
- Eu não sei. Sinto-me seguro! E o comissário falou que agora vou ter privilégios na viagem. – respondeu outro rapaz sentado ao lado do primeiro rapaz.
Privilégios? Que privilégios? O comissário não falou nada de mais para mim.



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Uma jovem passava por mim e eu ainda estava atordoado. Percebi que ela observava minha conversa com a comissária.
- Você tem certeza que vai acontecer? – perguntei a comissária.
- Não a duvidas senhor – respondeu ela.
- É lógico que eu vou querer um paraquedas! Não só para mim, mas para toda minha família. – respondi imediatamente.
 A comissária me deu paraquedas e foi oferecer paraquedas para outras pessoas.
 Eu comecei a reparar na minha volta, quantas pessoas tinham o paraquedas?
Será que elas tinham noção de como aquele paraquedas era importante?
 Olhei a minha volta, ou eu que estava muito impressionado ou ninguém estava percebendo o que estava acontecendo.
 Aquele avião ia cair, e só quem tinha paraquedas podia se salvar. E só ter paraquedas não dava , tinha ainda que freqüentar as aulas de paraquedismo. Eu iria me dedicar ao máximo, não só por mim, mas minhas duas filhas precisam de mim.
 As aulas seriam na cabine do piloto, e eu ia realmente agradecê-lo da melhor forma que podia. Ele me deu a oportunidade de salvar minha família. Como ele conseguiu isso?
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 Eu não acreditei quando o Piloto disse: “Caros comissários, esse avião foi sabotado. Ou seja, todos estão destinados a morrer, mas há um plano de salvação.”
 Depois o piloto explicou uma coisa de cada vez.
Um ladrão tinha sabotado o avião, mas o Piloto foi atrás desse ladrão prende-lo e conseguiu recuperar paraquedas para nós. Todos nós tínhamos direito a um paraquedas, e o Piloto mesmo iria ensinar a nós como usar o paraquedas para podermos nós salvar.
 Sinceramente, ao ouvir aquilo tudo eu me recusei que era verdade. Mas se fosse mentira porque o Piloto falaria uma coisa dessas?
 Outra coisa que era importante era o fato que o Piloto, incumbiu a nós comissários a oferecer o paraquedas para todos os passageiros.
 Imediatamente após aquela reunião, todos os comissários colocaram seus paraquedas e foram oferecer paraquedas aos passageiros.
 Como alguém ia acreditar que o avião foi sabotado? Por acaso isso é um filme de 007? Ou coisa do tipo? Eu não iria falar o “avião vai cair”. Afinal, nossa empresa é mundialmente conhecida pela sua segurança em voou.
 Bem, eu tinha que oferecer o paraquedas então iria usar outras estratégias.
 Vi uma moça que parecia distraída. Eu tinha que falar.
- Boa noite senhorita! – cumprimentei a moça
- Boa noite. –respondeu ela tão inocente
- Você gostaria de um paraquedas?
- Hãm.Desculpa eu não tenho interesse.
- Ok! Caso você mude de ideia é só chamar algum comissário.
- Obrigada.
Eu tentei, se ela não quis. Não foi problema meu.
Pensei talvez eu não fui muito convincente. A moça não estava mais lá.
Acho que ela deveria ter ido ao banheiro.
 Olhei, havia um rapaz na janela. Eu ia falar com ele.
 - Boa noite! – cumprimentei
- Boa noite- respondeu ele.
- Meu caro, estamos dando paraquedas para quem deseja um serviço especial.
- Serviço especial – respondeu ele interessado.
- Acredite em mim. Quem tem paraquedas vai ter vários privilégios. Você gostaria de um?
- É claro!
E eu entreguei o paraquedas para ele. E falei que tinha aulas de paraquedismo com o piloto.
Fiz minha parte pronto.

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Estava muito preocupado. Primeiro porque não sabia quando o avião ai cair, mas a preocupação maior era com as pessoas.
 Eu havia ensinado elas a usarem o paraquedas. Será que elas estavam realmente prestando atenção nas aulas?
 E os comissários? Havia explicado direito a todos sobre os paraquedas e o plano?
 Um barulho se fez. Olhei e percebi. Chegou a hora. Respirei fundo e
anuncie: “ Senhoras e senhores.Chegou a hora, preparem seus paraquedas!”
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- EU NÃO TENHO PARAQUEDAS!!!! NÃO QUERO MORRER! –  gritei com todo fôlego que podia.
 Olhei ao meu redor foi só um sonho. Apenas um sonho.
Eu não devia ter ido naquela igreja da minha amiga.
 O pastor estava contado uma história de um avião que estava sabotado e que só quem tinha paraquedas ia se salvar. Ele tinha comparado essa história com a de Jesus.
   O diabo tinha sabotado a criação e por conseqüência todos nós íamos morrer, íamos para o inferno. Algo do gênero eu tinha ouvido. “Mas Deus enviou seu filho unigênito para que todo aquele que nELE crer não pereça mas tenha vida eterna” foi assim que o Pastor anunciou a “salvação” do voou , no caso do exemplo o paraquedas.
 Por que eu tinha tido esse sonho?
Senti um cala frio. Eu não estava pronta para morte.

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- Amor acorda! – falou uma voz conhecida.
Respirei fundo.Foi só um sonho. Imediatamente eu entendi o que o Senhor queria me falar.
 Não resisti e comecei a chorar.
- Amor o que aconteceu? – perguntava minha mulher aflita.
- Jesus , ELE se preocupa com as nossas vidas! Ele nos deu a oportunidade de salvação. Nós íamos para o inferno!- comecei a falar.
Não sei se a minha mulher tinha entendido o que falava, mas comecei a contar sobre o sonho que tive, sobre a palavra que ouvi na noite anterior quando fui eu e minhas duas filhas á igreja.
 Eu sabia o que tinha que fazer. E iria “freqüentar as aulas de paraquedismo” certinho.
 A partir daquele dia, eu não só apenas iria para igreja. Mas entregaria minha vida por completo a aquele que de deu a salvação.
 Era um novo começo na minha vida.
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Acordei e percebi que as lagrimas no meu rosto era verdadeiras. Não tinha feito parte do meu sonho apenas.
 Eu obreiro na igreja há 10 anos, de repente sendo repreendido dessa forma, não por homens, mas por Deus.
Eu não sabia como me explicar diante de Deus. Eu não estava fazendo aquilo que o Senhor depositou na minha mão.
 Eu não estava mostrando exatamente as pessoas sobre quão maravilhosa é a salvação.
Era como o Pastor disse: “mostrar apenas o benefícios do paraquedas não é certo. Temos negligenciado o problema.”
 Sim. Eu há muito anos na igreja, negligencie o inferno.
 Apesar de estar com o meu “paraquedas”, eu devia pensar nas pessoas que não tinham esse “paraquedas”.
Após essa longa reflexão, só podia fazer algo: “Se o meu povo que se chama pelo meu nome se humilhar e orar, se converter dos seus maus caminhos.Então eu ouvirei do céus, perdoarei seus pecados e sararei a sua terra.”


O paraquedas é oferecido á todos!
Você vai aceitar ou não?
Ou você não vai compartilhar o paraquedas? ...
                                A escolha é sua..                  Escrito por: Larissa Kawagoe

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Ser Mae!


Finalmente teria um momento para mim. As ultimas semanas tem sido uma  loucura. Jerfeson ,está trabalhando no hospital todos os dias até tarde e de sábado faz plantão. E essa semana ele foi á São Paulo num congresso, só volta amanhã.
André nosso querido filho vai ter a sua formatura de 8 série daqui um mês. Nós pais já estamos correndo atrás de tudo. E sem contar que tenho tido problemas de comportamentos estranhos na escola que sou diretora. Dois alunos apareceram completamente drogados, um escândalo.
Mas agora irei esquecer um pouco essas correrias, e passear pelo shopping. Fazer algumas compras para mim.
 Há algumas semanas eu estive aqui com minha amiga Ângela e vimos um vestido lindo. Hoje volto aqui para comprá-lo.
 Daqui a pouco já chega Natal e ano novo, e tenho que estar bem vestida. Sem falar que preciso ver a minha roupa para formatura de Andre.
 Aproveitando que estou nesse shopping eu poderia ir ver na livraria do shopping se tem livros novos para a biblioteca da escola. Sabe como são as coisas, sempre temos que renovar a biblioteca, deixar bastantes opções para os alunos. Talvez eu consiga uma parceria com a livraria para eles sempre trazerem livros novos para nós, com um preço legal. Mas para isso preciso fazer um projeto, ver com a bibliotecária o que estamos precisando e preciso... espera um pouquinho...
 Hoje é dia de descanso, não vou ficar pensando nessas coisas.
Será que foi aquela loja ali que eu vi o vestido com Ângela? Vou conferir.
Nossa que vestidos lindos!Mas cadê aquele vestido vermelho?
 Este vestido rosa ia ficar tão lindo na nossa filhinha de 5 anos. Nossa carolzinha!
Tão fofinha. Falando nisso, a Carol viu um brinquedo novo na Tv. Se eu não me engano eu vi que o preço desse brinquedo está mais baixo nesse shopping.
 Carolzinha, está “montando” a sua casinha. Ela tem fogão, geladeira ,aspirador e ela queria uma maquina de lavar roupa. Combinei com Jerfeson de não dar presentes sem datas especiais para os nossos filhos, para eles não ficarem mimados. Porem, se eu já estou no shopping, o preço está mais baixo, a carolzinha está tão boazinha. Por que não comprar? 
 Vou comprar , e antes de dar o presente para Carol eu converso com o Jerfeson. Onde fica mesmo a loja de brinquedos daqui? Será que é no terceiro andar?Acho que vou para lá.
  O elevador está quase subindo,tenho que pedir para aquela moça segurar o elevador.
- Por favor, a senhorita poderia segurar o elevador?
- É claro.
- Obrigada.

Nossa o elevador desse shopping precisa de uma reforma.... Reforma..
 A nossa casa não é reformada já faz uns 4 anos. Será que ela já precisa de reforma? O meu marido é que vê essas coisas, mas com ele trabalhando tanto e eu aqui no centro da cidade. Eu poderia aproveitar e ir à casa do meu irmão. Ele tem uma construtora, ele é formado em engenharia civil e com certeza ele sabe dessas coisas e pode me ajudar. Ou será que devo esperar para conversar com Jerfeson?
 Ah, ali está à loja de brinquedos.
Já que eu vou comprar este brinquedo para Carol, eu já poderia ir vendo o presente de formatura para Andre.
 O que será que ele gostaria de ganhar?
No ultimo aniversário ele ganhou um skate e gostou. Ele adora essas coisas de esporte. Será que se eu comprar uma prancha de surf ele vai gostar?
 Mas prancha de surf ? É um bom presente de formatura?
Tem aquele novo Ipod que ele me pediu outro dia. Ipod Touch de não sei quantos gigabytes e ultima geração e blá blá blá. Essas coisas mudam mais do que Ângela , muda de roupa.
 Falando em roupa, será que a Juliana já viu a roupa dela para a formatura do André.
 Provavelmente não. Se eu não ver roupa para ela, ela deixará tudo para ultima hora.
 Que horas são? São 11:30, com certeza ela já acordou. Ninguém dorme até 12 num domingo. Vou ligar para ela.
-Oi Juh! É a mamãe
- Hãm? ... que horas são? – pergunta ela com voz de sono.

Esquece o que eu falei. Adolescentes conseguem dormir até o meio dia num domingo.

- Filha é quase meio dia. Estou no shopping, e pensei se você já comprou a roupa para a formatura do Andre.
- Formatura de quem? Ohhhhh...
- Esquece filha. Vemos isso quando eu chegar ai. Quer que eu leve algo para você?
- Sim. Cordas para o meu violão, que as minhas estourou.
- Como se compra isso?
- Vou dormir mãe. Beijos.
-Filha? .. Filha?

Ela desligou quase que na minha cara? Como ela pode fazer isso comigo? Cordas de violão, onde que fica isso?
- Por favor, moça, embrulha o brinquedo para presente – pedi para a moça do caixa.
- Qual embrulho você prefere senhora?
- Pode ser este. É, você sabe onde fica a loja de violão?
- Segundo andar, do lado da academia.
- Obrigada.

Pelo menos dessa vez, o elevador estava vazio e não precisei correr. Nossa, e ele foi rápido. Já estou no segundo andar?
 Aquela deve ser a loja. Deve ser por isso que a Juh sempre fica no segundo andar, quando saímos em família.
 Que corda eu compro? Olha só para isso, estou perdida!
- Oi senhora, posso te ajudar?
- Minha filha pediu para eu comprar corda de violão, mas a única corda que eu comprei na vida,foi aquela que usava para pular.
A moça riu , e me deu um pacotinho.
- Aqui está senhora. Cordas normais, se ela quiser uma corda light , você volta aqui com ela, e nós trocamos.
- Obrigada.

Será que já compro o presente de formatura para o André? A loja de eletrônicos, é nesse andar também. Lá no fundo deste corredor. Acho melhor eu esperar pelo Jerfeson e talvez , o próprio Andre, venha escolher. Melhor esperar.
Comprei as cordas para Ju, um brinquedo para Carol e não vou levar nada para o André?
  Já sei no primeiro andar eu vou alugar aquele filme que ele queria ver. E como não vou dar o presente de Carol agora, irei ao mercado comprar um chocolate para ela e pipoca.
 Aproveitando que vou ao mercado, será que a Fernanda precisa de algo em casa?
 Vou dar uma ligadinha.
- Alô?  - fala uma voz masculina
- André? Cadê a Fernanda?
- Ué mãe. Hoje é domingo, é a folga dela.
- Ah! É mesmo, vê para mim se tem algum bilhete na geladeira.
- tem sim. Ela pediu para você comprar achocolatado da Carol, bolachas para lanche das crianças, ou seja para a Carol e para Juh
- Ahh.. e você não come as bolachas?
- Como ,mas eu não sou criança.
- Então pode deixar que só compro as bolachas para suas irmãs.
- Brincadeirinha mamãe. E ela também escreveu para comprar adoçante para o “Doutor Jerfeson”.
-OK! E a Carol já chegou da casa da Ângela?
- Ângela ligou, e pediu para Carol almoçar lá. Como você não estava em casa, e não tem almoço, eu disse que sim.
- Verdade!O almoço! Quer que eu trague o que?
- Pizza de quatro queijos.
- Tem que comer algo saudável.
- Você perguntou o que eu queria, e não o que você vai trazer.
Dei risada e depois me despedi dele. André tem um senso de humor incrível.
 Saindo do shopping tive que paga estacionamento de 2 horas. Como o tempo voa!
E ainda tem almoço para comprar, como pode esquecer que Fernanda está de folga?
Só cozinho uma vez por semana e ainda esqueço. Normalmente, comemos fora todo domingo por causa disso.
 Sorte que hoje Carol ia dormir na casa Gabi, filha da Ângela, minha amiga.
 Como pode esquecer da minha família desse jeito?
Sorte que o mercado é perto de casa, e já vou ligar para pizzaria.
 - Pizzaria da Alvorada, Boa Tarde!
- Boa tarde. Eu queria uma pizza de quatro queijos, uma a moda da casa e outra de chocolate.
- Ok senhora, você já tem cadastro?
- Tenho sim. Mariana Sylar Uly.
- já acessei sua ficha aqui senhora. Daqui uns 50 minutos chegará a sua pizza.Obrigado e tenha um bom dia!

Essa foi a vez que mais rápido cheguei do shopping no mercado perto de casa. Talvez  porque amanhã é feriado e todos terem viajado , não tinha transito.
 Tenho que ser rápida!
A seção de adoçante e de achocolatado deve ser perto uma da outra. Bolacha já peguei aqui.
 Ali estou vendo o café de promoção, vou comprar uns dois. Aqui já está o adoçante. Onde está o achocolatado?
 Hum.. Aquela propaganda enorme perto do caixa na saída não é o achocolatado de promoção também?
 Vou comprar uns quatro já.  Ahhh...eu ia esquecer do chocolate e da pipoca.
Pronto agora posso passar no caixa.

Agora é só ir para casa.
Será que o nosso vizinho já deu jeito naquele cachorro que não para de latir?
 Pelo visto não. Já estou ouvindo o barulho dele. Aquele carro não é Angela?
Ela já chegou?

-Oi Angela! Está aqui a muito tempo?
- Não. Acabei de chegar. Nossa! Quantas sacolas!
- É nada não. E as crianças?
- Estão lá em cima brincando – Entra Juliana na sala informando - trouxe minhas cordas?
- Aqui estão. Leva essas sacolas na cozinha para mim, por favor.
Juliana vai para cozinha, enquanto eu e Ângela sentamos no sofá.
 - Mas então comprou o vestido? – pergunta Ângela.
- Que vestido?
- Ué. Hoje de manhã, eu liguei e você disse que ia ao shopping comprar aquele vestido que tínhamos visto outro dia.
- Ahhh..o vestido....



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sábado, 7 de janeiro de 2012

Lembranças



- Mãeeeeeeee, encontrei essa caixa aqui, onde eu ponho? – Meu filho estava me ajudando arrumar as coisas para a mudança. Iríamos mora em Curitiba , pela primeira vez ia mora numa cidade grande.
- Filho deixa eu ver o que tem aí! .- Fui em direção daquela caixa.
Ao abrir a caixa uma pela surpresa, tinha coisas de quando eu estudava no ensino médio. Fotos, provas, livros, cadernos, recados, uniforme da escola, uniforme do time de vôlei e no fundo da caixa tinha outra caixa pequena e colorida.
Felipe veio e começou a olhar aquelas coisas olhou para mim e perguntou:
- O que é isso mãe?
- São minhas coisas de quando eu estudava. Filho deixa que eu arrumo isso, vai ajudar seu pai na garagem ,por favor.
- Tá bom.Qualquer coisa me chama.
-Obrigada meu amor.

Aquela pequena caixinha o que será que tinha lá dentro? Há quanto tempo ela estava lá?
Deixei as perguntas de lado e abri a caixinha.Havia várias cartas, peguei a primeira e comecei a ler:

Jaque!
Nossa , nem acredito que hoje é o ultimo dia de aula.Que ano que vem nós estaremos na faculdade. Tudo isso parece estranho.
Não sei quando te verei de novo, mas saiba que te amo muito.Que cada momento que vivemos juntas vai ficar no meu coração.
Nunca vou me esquecer de você, e espero que você também nunca esqueça de mim.Tudo de bom!
Te amo,

Renata

Renata, ela fora uma grande amiga. Depois que ela foi fazer faculdade de medicina em São Paulo nunca mais tive noticias. Mas impossível esquecer aquela CDF que sempre me ajudava para estudar.
Segunda carta:

Jaque pimentinha !

Puxa! Você sabe que eu não sou bom para escrever...mas por consideração eu vou te deixar uma mensagensinha idiota para sua caixinha.
Ah... lembra de quando a gente se conhece? Você disse que eu era um grosso, mas depois nós tornamos grandes amigos.
Eu queria te agradecer. Quando te conheci eu estava envolvidos em drogas ,tava mal para caramba. Nem mesmo minha família acreditava em mim, e você começou a conversar comigo e depois me levou para igreja.
Ai eu aceitei Jesus, me livrei das drogas. Tudo mudou na minha vida, por causa primeiramente de Deus e depois de você que me ajudou tanto.
Pimentinha, ah sei lá. Já escrevi muito!
Tudo de bom!
Wilson

Wilson foi o primeiro que levei para igreja, nossa que saudade! Hoje ele se tornou Pastor , ajuda pessoas viciadas em drogas a se recuperarem. Tanta coisa mudou.
Ele me chamava de pimentinha, porque um dia eu estava na cantina comendo pastel, ele me distraiu e colocou muita pimenta no pastel. Fiquei tão brava com ele, mas só depois daí que eu comecei a conversar com ele
Decidi que abriria apenas mais uma carta:

Jacu!
Parar para escrever algo para você ,é tão difícil.Vem tantos momentos em minha cabeça.
Lembro das aulas com a Claudia, ela sempre odiou a gente neh?Ela era a professora que mais implicava com a gente.
Nossa, foram tantos momentos juntas. Estamos juntas dês do 1 ano do E.M, você me recebeu muito bem na minha nova escola.
Lembro das nossas conversar, colas, de risadas, de quando você me ajudou a entrar no time de vôlei. Obrigada por Tudo sua Jacu! Te amo, e lembre-se de me chamar para o seu casamento com Osvaldo.
Da sua futura madrinha de casamento Andreia.

Imediatamente comecei chorar, uma semana depois Andreia morria num acidente de carro. Ela era uma das minhas melhores amigas e infelizmente não pode estar presente no meu casamento com Osvaldo.Já naquela época namorávamos havia 2 anos.
Nossa, já passou 15 anos dês que eu guardei essa caixinha.
Casei ,tive um filho , me formei em Psicologia , estou trabalhando com jovens na minha igreja.
Tantas lembranças : a galera, as provas, o time de vôlei! O Time de vôlei!
Nosso time foi campeão do Paraná, ficou em segundo lugar no campeonato do Brasil
Dentro daquela caixa não tinha apenas lembranças de quando eu era mais nova, tinha meu mundo de 15 anos atrás.
E ao reencontrar essa caixa, pareci que me transportei para lá.
As lagrimas na minha face já eram incontáveis.
Eram tantos sonhos, projetos, amigos, era tanta coisa.Que hoje felizmente, tudo realizado. Faz tempo que não converso com meus amigos, mas todos eles estão no meu coração.
Depois guardei a caixa , enxuguei as lagrimas e voltei para o presente.
A noite, ultima noite em que dormi na minha cidade, eu tive um sonho.
No sonho eu encontrava todos os meus amigos, chorava tanto no sonho. Principalmente quando vi Andreia.
Ela me disse: “Não somos apenas lembranças de um passado distante Jaqueline. Apesar de separados continuamos amigos, ligados pela a história de nossas vidas. E estamos um no coração do outro!”
Acordei e fiquei um isso na cabeça.. Um no coração do outro.

Autora: Larissa Kawagoe
Em homenagem ao Pityama E.M 2008 



terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O milagre


-       Rose ? O que aconteceu? Você esta com uma carinha.. – disse Milena me dando a paz do Senhor.

Apenas sorrir, um sorriso falso e forçado.
Tinha sido aquela a oitava ou nona vez que algum irmão veio falar isso, eu sei que é preocupação ,mas ouvir aqueles comentários não me ajudavam.
 Antigamente era tão fácil disfarçar as lagrimas, eu tinha uma coleção de mascaras!
 Minhas mascaras! Como era tão fácil e deprimente.
Hoje elas tinham ido para o lixo, na verdade depois que aceitei Jesus tive que livrar uma por uma.

- Paz igreja! Vamos começar o culto, orando, busque agora o Senhor, tire um tempo de oração – disse o Pb. Fernando iniciando o culto daquela tarde.

Eu , Deus, e sem mascaras, num culto de domingo.
Cai a primeira de muitas lagrimas.
A princípio o choro abafado, e quieto. Para não dizer sufocador
 Aguentei firme. Ate os louvores de celebração me fazia querer derramar diante de Deus, mas o choro continuava não a vista ,mas dentro de mim.
O clamor escondido dentro de minha alma, e apenas Deus via.
Eu segurei ate não aguentar mais.

 O peso da preocupação, o peso da provação começou a ficar mais e mais pesado.
Não conseguia mais me conter, e as lagrimas vieram todas a tona.
Não de uma forma quietinha, como eu gostaria, mas em forma de rio.
Sem falarem muito, eu sabia o que tinha que fazer.
Antes mesmo da palavra, no meu lugar comecei a abrir o coração.
 O peso que eu carregava era forte demais, e precisava de um Deus mais forte que qualquer coisa para me ajudar.
 Devagar, como se o peso me puxasse, fui descendo, descendo, e estava de joelhos no chão.
 E minhas lagrimas formavam um rio, um rio que esperava me levar para mais perto de Deus.
Eu precisava de uma milagre.
Deus sabia, do milagre, sabia a angustia que sentia, observou as provações que tive, e como tinha sido aquela semana para mim.
 A cada lagrima, a cada soluço, a cada palavra que saia do meu coração indo em direção ao trono de Deus, era um passo para o milagre chegar.

E Deus do seu trono, recebia a cada lagrima, a cada soluço ,a cada palavra , e ao meu coração contrito em sua presença. Do trono de Deus, Ele liberava o milagre que eu precisava. A medida que minhas lagrimas chegavam no trono de Deus, o milagre chegava perto de mim.
 Ate que minhas forças , minhas lagrimas , meu clamor se esgotou, porque Deus tinha enviado o milagre.

 Eu não tinha saído da igreja, eu ainda nem tinha ido conferir como estava aquela situação, mas eu sabia.
O meu milagre tinha chegado não no mundo físico, mas pela fé conquistei no espiritual para viver – ló no mundo natural.
 Eu nunca tinha visto ninguém receber nada ,se não fosse de joelho nos chão. Travando e conquistando batalhas.

 Enxuguei o rosto, levantei a cabeça e sorri: Meu milagre tinha chego.